Pelo menos 40 terroristas foram mortas em bombardeios atribuídos a força aérea israelense na madrugada desta quarta-feira contra depósitos de armas e posições militares no leste da Síria, nos ataques mais mortais desde 2018.
Aeronaves israelenses realizaram pelo menos 18 missões contra alvos ao redor da cidade de Dayr al-Zawr e nos desertos de Bukamal e Mayadin, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Esses ataques mataram pelo menos nove soldados do exército sírio e 31 combatentes estrangeiros ligados a milícias pró-iranianas, de acordo com o novo balanço dado à AFP pelo diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman, que não conseguiu especificar as nacionalidades das vítimas.
Os paramilitares pertencem ao movimento terrorista libanês Hezbollah e às Brigadas Fatímidas, que têm combatentes afegãos pró-iranianos, operando na região, de acordo com o OSDH.
Já na terça-feira, aviões não identificados haviam realizado vários bombardeios na região de Bukamal, matando 12 combatentes de milícias pró-Irã, de acordo com a ONG. No momento, o exército israelense não comentou os fatos.
O mais “mortal”
De acordo com o diretor da OSDH, Rami Abdul Rahman, estes são os ataques israelenses “mais mortais” desde junho de 2018, quando bombardeios nessa mesma região mataram pelo menos 55 combatentes pró-governo, incluindo iraquianos e sírios.
Em novembro, ataques semelhantes no leste da Síria causaram pelo menos 19 mortes entre milícias pró-Irã, de acordo com a ONG. Por sua vez, a agência oficial síria SANA relatou bombardeios israelenses noturnos no leste sem oferecer mais detalhes.
“Na madrugada desta quarta-feira, o inimigo israelense realizou uma agressão aérea contra a cidade de Dayr al-Zawr e a região de Abu Kamal”, informou a mídia, que cita uma fonte militar.
“Estamos determinando as consequências da agressão”, acrescentou. Esta é a segunda rodada de bombardeios em menos de uma semana realizada por Israel na Síria.
Os últimos foram realizados em 7 de janeiro e visavam posições no sul do país e no sul de Damasco, nas quais três combatentes pró-iranianos foram mortos.
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Em 2020, Israel bombardeou cinquenta alvos na Síria, de acordo com um relatório anual publicado no final de dezembro pelo exército israelense.
Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel realizou centenas de bombardeios contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e terroristas do Hezbollah.

Esses bombardeios representam uma “política clara” de Israel, declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, em novembro.
As autoridades israelenses estão preocupadas com a presença às suas portas das forças iranianas, já que a República Islâmica é um de seus piores inimigos. A guerra na Síria causou mais de 380.000 mortes e forçou milhões de pessoas a deixar suas casas.